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sábado, 14 de julho de 2012

Fichamento do livro Pedagogia do Espectador de Flávio Desgranges, publicado em São Paulo, SP, pela editora Hucitec no ano de 2003.



Fichamento do livro Pedagogia do Espectador de Flávio Desgranges, publicado em São Paulo, SP, pela editora Hucitec no ano de 2003.


“[...], em nosso país, se os teatros fossem fechados, não apenas uma porcentagem do público não tomaria conhecimento disso durante algumas semanas, como disse Grotowski, referindo-se ao público europeu, mas que também grande parcela da população brasileira provavelmente nunca se daria conta do ocorrido.”. (p. 20).
“[...] No inicio dos anos 1970, indica Rosenfeld, ao comentar os motivos apontados, então, por empresários e artistas para a falta de públicos nas salas, a concorrência da televisão merecia grande destaque, pois o teatro perdia não só espectadores, mas também atores que, seduzidos pela vantagem econômica por ela oferecida, não mais se interessavam pelas produções teatrais. [...]”. (p. 20).
“[...] Uma diferença marcante da década de 1970 para esse início de seculo consiste na ampla expansão e no predomínio de uma cultura audiovisual estatizada. Além disso, no decorrer desses anos, o teatro se tornou menos uma experiência artística para se compartilhar e mais um mercado a se conquistar, um produto a ser vendido para um espectador que se transformou em “consumidor – alvo””. (p. 24).
 “[...] Os espectadores, participantes interessados, precisam constituir parte atuante do processo. A qualidade do trabalho de realização de um ator, de um encenador ou de um dramaturgo não pode ser avaliada apenas por sua capacidade técnica e inventiva de realização, mas estar fortemente ligada a franqueza, vigor,e interesse com que, em sua pratica se depara e responde à questão central, aquela que o move: Por que fazer teatro? Por que ir ao público hoje?”. (p. 28).
“[...]. A atuação do espectador não se efetiva sem o reconhecimento de sua presença. A voz desse outro integrante do dialogo situado na platéia só pode ser ouvida se a palavra lhe for aberta. [...].”. (p. 28).
“[...]. O prazer advém da experiência, o gosto pela fruição artística precisa ser estimulado, provocado, vivenciado, o que não se resume a uma questão de marketing.”. (p. 29).  
“Público participativo é aquele que, durante o ato da representação, exige que cada instante do espetáculo não seja gratuito, o que não significa que seja necessário, portanto, manifestar-se ou intervir diretamente para participar do evento. [...].”. (p. 31).
“A especialização do espectador se efetiva na aquisição de conhecimentos de teatro, o prazer que ele experimenta em uma encenação intensifica-se com a apreensão da linguagem teatral. O prazer estético, portanto solicita o aprendizado. A arte do espectador é um saber que conquista com trabalho.”. (p. 32).
"[...], a impossibilidade (não apenas financeira) da grande maioria das crianças e jovens brasileiros de ir ao teatro ou mesmo de receber a visita de uma trupe teatral é um fato. Criar condições para que eles possam ir e ver um espetáculo talvez seja o primeiro passo a ser dado [...]. Tornar o espectador iniciante mais íntimo da arte teatral é estimulá-la para um mergulho divertido amplia sua capacidade de apreender o espetáculo e favorece sua socialização, seu acesso ao debate contemporâneo, sua integração e participação sociais.” (p. 36).
               
“Os valores da televisão são os do mercado, tendo em vista que seu objetivo principal é fazer vender produtos e serviços, de maneira que, regida pelo máximo lucro, pouco ou nada avalia os conteúdos e procedimentos estéticos utilizados para manter a atenção do espectador [...].”. (p. 39).
“Essa constante necessidade de chamar a atenção do espectador faz que a televisão, ligada a índices diários de audiência, viva absolutamente no presente, atropelando o passado e mostrando pouco interesse pelo futuro coletivo.”.  (p 40).
“Não seria exagero supor que a arte teatral possa ser encarada como uma proposição espetacular pouco habitual, ou mesmo frustrante, para esse superestimulado espectador contemporâneo. Ao pensar a pedagogia do espectador, portanto, não se pode desprezar o anseio, o hábito, a expectativa que condiciona o individuo – espectador de nosso tempo em sua relação com os variados meios comunicacionais; meios esses que detêm a hegemonia dos procedimentos estéticos espetaculares e da produção de sentidos.”.  (p. 41).

 “[...]. Ao pensar a pedagogia do espectador, portanto, não se pode desprezar o anseio, o hábito, a expectativa que condiciona o individuo – espectador de nosso tempo em sua com os variados meios comunicacionais; meios esses que detêm a hegemonia dos procedimentos estéticos espetaculares e da produção de sentidos.”. (p. 41).
“A busca por um teatro aberto, participativo, que comova, movimente, apaixone e faça pensar, é um desejo expresso em várias línguas. [...].”. (p. 41).
 “Desde os anos de 1960 até meados de 1970, artistas e educadores, movidos pela ideia de democratização cultural, estruturam variadas práticas destinadas à ampliação social e geográfica do público de teatro, [...].”. (p. 45).
 “[...]. É fundamental que a relação do espectador em formação com o teatro não seja a do aluno que cumpre uma tarefa imposta, mas a do sujeito que dialoga livremente com a obra, elabora suas interrogações e formula suas respostas. [...].". (p. 67).
 “O teatro brechtiano pretendia aliar à emoção um forte teor reflexivo, o que não levara a um resultado cênico menos prazeroso. Para ele, no entanto, o prazer também precisaria ser posto em questão. [...].". (p. 93).
 “A impossibilidade de uma visão global da cultura prejudica a formulação de qualquer síntese que se proponha a dar conta do todo social, pois não há ponto de vista que permita um olhar suficientemente abrangente, que alcance todos os aspectos da vida humana neste momento histórico. [...].”. (p. 144).
“[...]. Um teatro que propõe ao expectador que rearrume os pedaços, fazendo suas escolhas, e monte o jogo de peças em função de suas posições criticas estimulando-o, assim, a produzir conhecimentos. [...].”.  (p. 168).
“Para se pensar uma pedagogia do espectador torna-se relevante; entretanto considerar não apenas a proposta estética que constitui o espetáculo, mas também os procedimentos extra-espetaculares que podem fornecer instrumentos preciosos para uma recepção mais apurada. [...].". (p. 175).


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